quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Livros pela Argentina

 Durante as Olimpíadas no Rio, o mundo todo estava olhando para o Brasil, mas, agora que ela acabou (infelizmente) e enquanto as Paraolimpíadas não vêm, que tal dar uma olhadinha no nosso vizinho e ver quais são as medalhas de ouro na modalidade Literatura ??
  Nossa próxima parada é a Argentina, país dos nossos Hermanos, nossos maiores rivais no Futebol e por vezes até na política. Mas também é a terra do alfajor <3, das Chiquititas, do tango e também de Borges e Cortázar
  •  País: Argentina
  • Continente: América do Sul
  • Língua oficial: Espanhol
  • O conto “O Matadouro” do autor Esteban Echeverría é considerado o primeiro escrito do país.
 A Literatura Argentina é umas das mais influentes da America Latina, e são tantos livros bons, importantes e de referência que foi muito difícil chegar nesta lista:   



O Jogo da Amarelinha - Julio Cortázar
 "O jogo da Amarelinha é um labirinto literário no qual Cortázar discute os questionamentos do homem diante de seu destino, conflitos, dúvidas e paixões. Dividido em três partes, pode ser lido de diversas formas. Cada leitor cria o seu próprio livro e ritmo." 
 Lançado em 1963 esse livro é considerado um dos mais importantes da língua espanhola, fazendo parte do famoso Boom da literatura latino-americana por seu formato inovador.

Operação Massacre - Rodolfo Wash
"Reunidos em uma casa na região metropolitana de Buenos Aires para acompanhar a transmissão de uma luta de boxe pelo rádio, doze homens são presos e levados para a delegacia na noite de 9 de junho de 1956, onde permanecem sem acusação formal ou julgamento até a manhã seguinte, quando enfim são conduzidos a um lixão nos limites da cidade e condenados sumariamente ao fuzilamento."
 Lançado em 1956, e fala sobre a ditadura militar argentina, assim como o Brasil, muitos países da America do Sul sofreram muito com a ditadura e esse livro é uma ótima oportunidade para descobrirmos um pouco sobre essa fase do país.

Ficções - Jorge Luis Borges 
"Ficções, publicado originalmente em 1944, é a obra que trouxe reconhecimento universal para Jorge Luis Borges, graças, entre outros motivos, ao caráter fora do comum de seus temas, abertos para o fantástico, e a inesperada dimensão filosófica do tratamento."
 Borges sem duvidas é um dos mais importantes críticos literários do mundo, mas, o que eu não sabia, que como contista ele é tão bom e respeitado quanto. Por isso ler esse livro e conhecer uma outra escrita desse autor sera uma ótima experiência.

A Invenção de Morel - Adolfo Bioy Casares 
 "O livro conta a história de um fugitivo que chega a uma ilha aparentemente deserta, com estranhas construções que também parecem abandonadas. Um dia, ele ouve música e ruídos. Percebe que não está sozinho e, atemorizado, busca refúgio num pântano. Aos poucos, porém, se aproxima do grupo e se apaixona por uma mulher. Mas algo que ele não entende ocorre ali, porque os desconhecidos não o veem e não o ouvem. Tudo parece estar relacionado com uma misteriosa máquina inventada por um sujeito chamado Morel e que sugere a criação de uma espécie de imortalidade, mas por meio de imagens."
 Lançado em 1940 esse livro e uma grande referência na ficção cientifica, servindo até hoje de inspiração para diversos autores e produções cinematografias.


 Muito e muitos livros bons ficaram de fora desta lista, a industria literária argentina é uma das que mais produz, então são muitos livros que estão chegando e que já tem seus espaços garantidos que valem muito a pena serem lidos.
 Então vamos para a Argentina? 


Por: Erika Duarte

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Improvisando: Espaço para livros

Boa noite pessoal!
Tudo bem com vocês? <3
Depois de algum tempo sem "usar a criatividade", hoje resolvi trazer para vocês algumas soluções que eu AMEI e, é claro, não poderia deixar de compartilhar. =)

Estou passando por um probleminha sério aqui em casa: O espaço para colocar os meus livros está curto. Por enquanto, uma estante nova também não daria certo, pois meu quarto é muito pequeno e realmente não caberia. =(

O que fazer? Doar? 
NÃOOOO! (meu coração não aguentaria) --- *Rsrsrsrs*
Brincadeiras a parte: Não sou do tipo de leitora que tem afeto por TODOS os livros... Caso tenha lido uma obra e não tenha gostado, acabo doando ou trocando em algum sebo sem nenhum problema. 
Porém, tem alguns que tenho um certo apego emocional, tanto por ter ganhado de alguém especial quanto por ter amado o conteúdo. Isso não é novidade, é claro... Todo mundo tem alguns "xodós" em sua estante.  <3
Encontrei algumas dicas na internet que irá ajudar na organização, caso alguns de vocês esteja com o mesmo problema... Olha só:


1) Uso de prateleiras:
Confesso que no começo não queria aderir a esta opção, mas adorei o resultado (meu quarto ficou até com um charminho especial). Abaixo, vocês podem ver o resultado: <3


Obs: Resolvi colocar alguns enfeites para ficar mais fofo. xD


2)  Uso de caixotes

Achei esta ideia da reutilização de caixotes de feira INCRÍVEL! Ainda não fiz aqui em casa por falta de tempo, mas peguei algumas fotos na internet só para vocês verem como fica lindo:


Retirado do site: www.artesanato.com

Retirado do blog http:setudopodeser.blogspot.com.br


Como podem ver, mesmo colocando no chão (como na primeira imagem), ele não ocupa um espaço grande. <3

3) Caixas organizadoras
Eu sei que a maioria não gosta de guardar os livros desta forma (confesso que sou uma delas), mas quando o espaço está complicado, as caixas organizadoras são bem uteis. Um lado positivo é que elas protegem os nossos "preciosos" também da poeira, e isso já é bem válido:
Retirado do site kleiton1.rssing.com


Vale ressaltar que, para a criatividade, não há limites!
Explorem os lugares disponíveis na casa de vocês (sala, escritório, etc) e coloquem os livros neles também. O importante é SEMPRE os ter por perto, porque para os livros, sempre tem lugar para mais um. <3

Espero que tenham gostado das dicas de hoje!
Até a próxima postagem!
Por: Ellen Diniz


quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Ressaca literária

Boa tarde! <3
Tudo bem com vocês?
Hoje vou escrever sobre algo que tenho certeza que já atingiu quase todos os bons leitores, que é a famosa ressaca literária.

O que é ressaca literária?
Por alguma razão, certo leitor(a) que sempre tem um bom livro como companhia, passa por um período em que a vontade de ler simplesmente desaparece. Parece algo comum para alguns ou até mesmo loucura, mas para nós que temos vários livros para ler na estante e vários outros na lista de desejados do skoob (kkkk) ficamos um pouco “paranoicos”, além de tentar de alguma forma fazer com que nosso interesse literário retorne.

Por que isso acontece?
Há diversas situações que fazem com que isso ocorra, então, vou me focar nas que já aconteceram comigo ok?
A mais comum ocorre quando você se apega demais a um determinado livro ou saga. É como se nós ainda não estivéssemos preparados para novas histórias e novos personagens, e isto nos impede de pegar outra obra para ler.
Outro motivo comum é quando lemos algum livro muito complexo. Talvez pela leitura ter se tornado cansativa em determinados momentos, ficamos um pouco relutantes de tentar algo novo devido a experiência passada.

O que posso fazer para mudar essa situação?
Antes de qualquer coisa, TENHA PACIÊNCIA! Por experiência própria, posso dizer que não adianta absolutamente nada forçar uma leitura, até porque, já foge totalmente do objetivo principal de ler um livro, que é nos trazer calma e prazer.
Às vezes, é bom simplesmente dar um tempo... Se a vontade não apareceu ainda, tente fazer outras coisas, como assistir a alguma série, tentar terminar algum jogo, entre outras coisas que você também goste de fazer.
Caso uma pequena vontade comece a surgir depois de alguns dias, opte por escolher um livro mais leve, com uma história mais simples. Uma outra opção também é pegar livros menores. 

Como evitar que isso aconteça?
No caso da ressaca acontecer por puro amor ao livro terminado, acho impossível você evitar isso (sinceramente). Aposto também que, mesmo com esse probleminha após a leitura, a maioria dos leitores não se arrependem de ter lido essa tal obra que está fazendo sua vida perder o sentido (kkkk).
Já no caso dos livros complexos, não tentem forçar a barra... Leia devagar e intercale com outro que você goste. 
Agora, se o livro for chato e você está lendo simplesmente por ler, não faça isso. Tem tantos títulos maravilhosos... Se o livro não faz seu estilo ou a história não te envolve, não há vergonha nenhuma em interromper a leitura e tentar outra obra. :)

Espero que vocês tenham gostado da estréia do "Vamos conversar?"" aqui no blog.
Tem alguma ideia de assunto? Manda pra gente! <3
Até a próxima!:*
Por: Ellen Diniz 



segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Vamos falar de: Vá, coloque um vigia

Vá, Coloque Um Vigia Título: Vá, coloque um vigia
Autora: Harper Lee
Editora: José Olympio
Quantidade de Páginas: 252
Publicação: 2015
Skoob

Sinopse:
Jean Louise Finch, mais conhecida como Scout, a heroína inesquecível de O sol é para todos, está de volta à sua pequena cidade natal, Maycomb, no Alabama, para visitar o pai, Atticus. Vinte anos se passaram. Estamos em meados dos anos 1950, no começo dos debates sobre segregação, e os Estados Unidos estão divididos em torno de questões raciais. Confrontada com a comunidade que a criou, mas da qual estava afastada desde sua mudança para Nova York, Jean Louise passa a ver sua família e amigos sob nova perspectiva e se espanta com inconsistências referentes à ética e a pensamentos nos âmbitos político, social e familiar



"Preciso de um vigia que me diga que um homem diz uma coisa, mas na verdade quer dizer outra. Que trace uma linha divisória e diga que de um lado esta uma justiça e do outro outra, e me faça entender a diferença."

  Há algum tempo atrás eu queria muito muito mesmo ler O Sol é Para Todos, mas, infelizmente estava esgotado aqui no país, e tive que esperar uma eternidade até finalmente ter uma edição antiga dele. Por ironia do destino na mesma época a Editora José Olympio lançou uma edição lindíssima do livro a para a alegria e desconfiança dos admiradores de obra, foi anunciado que também estaria sendo lançada a continuação Vá, coloque um vigia, após 65 anos da publicação de O Sol é Para Todos.
 Então depois de tanta espera eu li, me emocionei, me encantei e me apaixonei pela história de Harper Lee. Confesso que fiquei com muita dúvida se lia ou não a continuação, principalmente após ler algumas críticas negativas, mas era Scout e Atticus o livro não poderia ser tão ruim, tendo personagens tão incríveis certo ?!
 Infelizmente não foi isso que aconteceu. 

"Porque assim disse o Senhor: Vá, coloque um vigia, que anuncie o que vir."

  A história começa quando Jean Louise (Scout) agora com 26 anos, vai passar suas férias anuais em Maycomb.
 O livro é dividido em 7 partes e, na primeira parte é quando as maiores mudanças são apresentadas: Atticus agora com um sério problema de Artrite, que o impede de fazer coisas básicas do dia a dia, por esse motivo sua irmã Alexandra foi morar com ele e assumiu o lugar deixado por Calpúrnia, após a morte de Jem e Jean Louise mantém um relacionamento a distancia com Henry Clinton, um amigo de infância que agora é o braço direito de Atticus no escritório de advocacia.  
 Essa primeira parte foi a que eu achei mais válida, todas as mudanças me convencerão, até mesmo a mudança da Jean Louise para Nova York e a morte de Jem (desnecessária) foi aceitável depois de um tempo.
 "Não sabia o que era ódio até viver no meio de vocês e vê-los odiando diariamente."

  O meu problema com este livro realmente aconteceu quando Jean Louise começa e descobrir os problemas políticos e raciais que a cidade de Maycomb está enfrentando e como a cidade esta claramente dividida entre negros que buscam os seus direitos e brancos associados ao ku klux klan (KKK - famosa organização racista Norte Americana).
 E conforme a personagem foi descobrindo sobre esses problemas, sobre seus membros, ouvindo os discursos e argumentos de seus defensores, sua decepção foi crescendo a minha também. Foi terrível ver personagens admirados como o Atticus perder sua essência e a parte em que Calpúrnia conseguiu ser pior.
 E sinceramente a desculpa para as atitudes do Atticus no final não fizeram sentido nenhum.
"É sempre fácil olhar para o passado e ver como éramos ontem ou dez anos atrás. O difícil é ver o que somos hoje."
  Mas nem tudo foi perdido dessa leitura, amei ler um pouco sobre a infância de Scout, e teve capítulos muito bons, como o primeiro baile dela e quando ela achou que estava grávida.
  Penso neste livro como sendo um livro de contos, e não um romance de continuação. A linha do tempo não é organizada, e em alguns momentos pareciam vários recortes que foram colocados juntos neste livro de forma aleatória. Como contos funcionaram, como romance não.
  Esse livro foi escrito antes de O Sol é Para Todos, e eu só tenho que agradecer por não ter sido publicado antes, se eu tivesse parado para ler Vá, coloque um vigia antes, dificilmente teria lido o que é um dos melhores livros que já li na vida. 


Por: Erika Duarte 

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Vamos falar de: Complexidade à flor da pele

Olá pessoal! <3
Tudo bem com vocês?
Hoje vim falar sobre um livro que não é muito conhecido, mas que eu particularmente gostei bastante. Ganhei de presente do meu pai tem alguns meses e aproveitei os últimos dias de férias para ler. 





Título: Complexidade à flor da pele
Orgs: Alex Galeno/ Gustavo de Castro/ Josimey Costa da Silva
Editora: Cortez
Quantidade de páginas: 174
Publicação: 2003











O livro contém exatos quinze textos escritos por pessoas que tem um amplo conhecimento acadêmico. Cada autor defende sua opinião retomando grandes nomes que, por meio de seus estudos, fizeram parte da história... Um ícone bastante citado durante alguns dos artigos foi Sigmund Freud, um médico neurologista e criador da psicanálise.
Como especificado na própria capa, o foco principal destes textos são a ciência, a cultura e a comunicação, e dois deles ganharam a minha preferência, por isso, serão neles que irei me focar. 
Um dos primeiros textos tem como título "Por uma ciência que sonha" e foi escrito pela professora Maria da Conceição de Almeida. Por meio de três metáforas, ela faz com que o leitor reflita sobre diversas questões, principalmente as da vida e de seus obstáculos. Na metáfora "A flor do cacto", ela deixa uma frase maravilhosa que com certeza irei compartilhar com vocês:

"[...] Sugiro que a flor do cacto aparece para nos dizer que nem tudo são espinhos, e que é possível abrir espaços criativos, desejantes, libertários e prontos para serem coloridos conforme as cores que nos aprazerem. [...]"  
Pg 32

Um outro texto que preciso citar aqui é o "A violência invisível na era da visibilidade: a mídia, a senilização e a violência infanto-juvenil". Nele, o professor Norval Baitello Júnior faz com que os lados negativos da tecnologia fiquem evidentes ao leitor. Sabemos o quanto este recurso é exaltado nos dias atuais, porém, o "vicio" que vem junto com ele e que afeta principalmente as nossas crianças e jovens acabam se camuflando em nosso cotidiano.

"[...] Os espaços da comunicação de proximidade, os rituais familiares, os encontros festivos, os contatos de proximidade física em espaços de acolhimento caminharão para extinção se a escalada da privatização dos espaços públicos continuar seu curso sem a resistência de instâncias regulamentadoras responsáveis. Restará a violência bruta como única via de acesso aos contatos corporais. [...]"
Pg 69

Pode-se dizer que o livro inteiro é formado por textos que fazem com que o leitor entenda que muitas coisas importantes estão passando despercebidas, e de quanto isso é preocupante. Fora os já citados, deixo abaixo para vocês os demais títulos com os nomes de seus respectivos autores:

Complexidade e comunicação (Arnon A. M. de Andrade)
Notas sobre a ebulição do pensamento (Rose de Melo Rocha)
A caminho do método (Juremir Machado da Silva)
A estrutura temporal das imagens (Dietmar Kamper)
Narcisismo, castração e sedução entre homens e mulheres (Ciro Marcondes Filho)
Caos, filosofia e ciência (Danielle Naves de Oliveira)
Mídias corroída e subjetividades amputadas (Alex Galeno)
Sociabilidade tecnológica (Tarcyanie Cajueiro Santos)
O corpo se entretece no olhar (Josimey Costa da Silva)
Palimpsesto- Um corpo na arte contemporânea (Ângela Almeida)
Sobre o corpo que nos es(a)colhe: o corpo como mídia primária- acaso, ruído e memória (Malena Segura Contrera)
O intelectual, a cigarra e a formiga (Margarida Maria Knobbe)
Seis ou sete comunicações para o século XXI (Gustavo de Castro)  

 
A linguagem pode ser considerada por muitos complicada, porém, se lido com calma, até esses leitores que possuem uma certa dificuldade irão absorver coisas maravilhosas dele. Indico para pessoas que buscam um conhecimento amplo (ele contém fontes incríveis).  

Espero que tenham gostado da dica de hoje!
Até a próxima postagem!
Por: Ellen Diniz