quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Vamos falar de: Meia-noite e vinte

Boa noite pessoal! <3
Tudo bem com vocês?
Mais uma vez, pedimos mil desculpas pela demora. Como alguns sabem, estamos no último semestre de faculdade e, junto com ele, vem o tão temido TCC, fora, é claro, as horas  intermináveis de estágio que nos impede de ter vida social (kkkkk). É por uma boa causa tá? Logo estaremos formadas (assim esperamos, rsrsrs) e tudo irá se normalizar.  

Agora vamos falar do que amamos?  =D
Hoje o livro escolhido foi recebido no Encontro de Livreiros organizado pela Companhia das Letras e que tivemos o prazer de novamente participar (caso não tenha visto a postagem sobre o evento, clique aqui).
Não tenho o costume de ler livros de autores contemporâneos brasileiros, e isso é algo que sei que precisa ser corrigido imediatamente! Acabei tendo esta oportunidade de ler algo do Daniel Galera e tive que vir compartilhar com vocês minha opinião. 





Título: Meia-noite e vinte
Autor: Daniel Galera
Editora: Companhia das Letras
Quantidade de páginas: 202
Publicação: 2016











Falando um pouco sobre a história, o enredo gira em torno de quatro personagens: Andrei, Emiliano, Aurora e Antero. O livro já começa de uma forma impactante, pois  é descoberto que Andrei acaba de falecer, depois de ser assaltado e de levar um tiro na cidade de Porto Alegre.
Cada capítulo possui um narrador, alternando entre Aurora, Emiliano e Antero. Conforme os personagens vão descobrindo o que aconteceu, eles compartilham com o leitor experiências que tiveram juntos na juventude tendo Andrei sempre envolvido, pois, além de serem amigos, os quatro no passado tinham uma fanzine digital chamada Orangotango, que ficou famosa em todo o país.
Devido as circunstâncias e rumos diferentes que tomaram na vida, os amigos não tinham tanto contato quanto antes. O enterro de Andrei acaba proporcionando este reencontro e, junto com ele, muitas coisas são reveladas.

"[...] Eu não consigo achar que alguma coisa vai melhorar. Qualquer um sabe o que tá errado e o que poderia ser feito pra melhorar, mas o que poderia ser feito não pode ser feito, não tem mais como acreditar que poderia ser feito. Acho que tô virando uma daquelas pessoas que começam a levar o fim do mundo a sério. Sempre achei elas tão ridículas. [...]"
P. 50


Algo que preciso ressaltar e que me surpreendeu muito foi a escrita do Galera. Ele torna a história muito envolvente e instiga o leitor a tentar entender o que está acontecendo, mesmo que em alguns casos isso seja completamente impossível (pelo menos para mim, em certos momentos, foi). Momentos de estupidez feitos na juventude, desejos reprimidos e principalmente falta de aceitação faz com que cada um desses então adultos sofram as consequências de suas ações e da falta delas.
Achei a história em alguns momentos apelativa (confesso). Houve muitos momentos de relatos sexuais (sejam eles héteros ou não) e, em minha opinião, isso impediu a história de ser mais elaborada durante essas 202 páginas. 
O momento mais importante do livro é quando Emiliano conversa com a namorada de Andrei e descobre o segredo que o amigo mais tentou esconder durante sua vida. Galera definiu o sentido do livro para mim na seguinte frase:

"[...]  Tem coisas que a gente quer viver e nunca vive. Porque não pode, porque não se permite. Essas coisas são monstrinhos criados no porão. Eles crescem. Murcham. Se deformam. Não se pode saber o que o porão vai fazer com eles. Mas ficam lá. A única coisa que não acontece com o monstrinho é sumir. Enquanto vivemos, ele vive. [...]"
P.195


Para fechar, gostaria de dizer que pessoas que se consideram conservadoras talvez não se identifiquem tanto com o livro, tanto pelas questões que já citei acima, como por relatos de aborto, de sexo virtual, entre outras coisas. Eu particularmente gostei bastante dele e pretendo em breve ler não só mais obras do Daniel como de outros autores brasileiros.
Espero que tenham gostado da postagem de hoje!
Até a próxima! 
Por: Ellen Diniz

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