domingo, 24 de abril de 2016

Vamos falar de: Paperboy

Paperboy
Título: Paperboy
Autor: Pete Dexter
Editora: Novo Conceito
Quantidade de Páginas: 336
Publicação: 2013


Hillary Van Wetter foi preso pelo homicídio de um xerife sem escrúpulos e está, agora, aguardando no corredor da morte. Enquanto espera pela sentença final, Van Wetter recebe cartas da atraente Charlotte Bless, que está determinada a libertá-lo para que eles possam se casar. Bless tentará provar a inocência de Wetter conquistando o apoio de dois repórteres investigativos de um jornal de Miami: o ambicioso Yardley Acheman e o ingênuo e obsessivo Ward James.
As provas contra Wetter são inconsistentes e os escritores estão confiantes de que, se conseguirem expor Wetter como vítima de uma justiça caipira e racista, sua história será aclamada no mundo jornalístico. No entanto, histórias mal contadas e fatos falsificados levarão Jack James, o irmão mais novo de Ward, a fazer uma investigação por conta própria. Uma investigação que dará conta de um mundo que se sustenta sobre mentiras e segredos torpes
                                         Paperboy: Não existem homens íntegros 

  Sabe aquele livro que você compra, sem saber nada sobre ele? Talvez, por causa de uma capa bonita ou porque estava com um bom preço.
 Minha experiência com “Paperboy” foi exatamente essa, comprei sem saber nada sobre ele, somente o que estava escrito na sinopse, e para minha surpresa ao terminar a leitura, a sinopse não foi de ajuda nenhuma, acabei encontrando uma historia diferente da descrita e que de certo modo foi bom.

 “Um artigo de jornal, como qualquer outra coisa, é mais atraente à distância, quando entramos em contato com ela pela primeira vez, do que quando nos aproximamos e agonizamos sobre seus detalhes.”

   A trama é narrada por Jack James, que nos conta a historia sobre a investigação jornalística que abalou a vida do seu irmão Ward James, repórter de um jornal em Miami.

  No começo somos apresentados a historia do antigo Xerife do condado de Moat, Thurmont Call, que era conhecido por ter matado inescrupulosamente um grande numero de pessoas negras, ate que um dia comete o erro de matar um cidadão branco.
   A historia se passa no sul dos Estados Unidos entre os anos 60 e 70, motivo para que se entenda (não muito) o porquê dessa morte em especial não ser aceita pela população e as outras sim.
  A vitima da vez foi o ex-vendedor de carros Jerome Van Wetter e após alguns dias da sua morte, seu primo Hillary Van Wetter foi preso pelo assassinato do Xerife Call, e acusado de ter vingado a morte do primo.
  
 “O que, por sua vez, criou um sentimento geral de inquietação entre os moradores. E isso significa que o homem que ele havia algemado e depois chutado até a morte, naquela primavera, era branco.”

  Quando Charlotte Bless, determinada a provar a inocência do seu então noivo Hillary Van Wetter que, atualmente esta no corredor da morte, procura a ajuda dos repórteres Ward James e Yardley Achemam do Miami Times. Começa então uma busca pela verdade por trás desse caso, historias mal contadas e provas sem fundamentos são questionadas. E enquanto valores morais vão se perdendo pelo caminho, os irmãos James se encontram no meio disso tudo, procurando entender quem realmente é Hillary Van Wetter e se estão fazendo o certo ao defendê-lo.

“Eu estava cansado de um modo que não tinha nada a ver com o sono. Ocorreu-me, sentado no carro ao lado dela, que eu estava tentando fazer com que coisas demais permanecessem juntas, quando elas realmente precisavam se despedaçar.”

 O livro tem um ritmo de leitura gostoso, e mesmo não sendo meu gênero de livro preferido, me vi envolvida na historia, o autor Pete Dexter soube montar seus personagens de um jeito que as tornava reais, intensas e equilibradas, ninguém é totalmente bom e nem totalmente mau e o autor soube passar isso para seus personagens. E ate mesmo a falta de capítulos que geralmente me incomoda muito em um livro, ajudou para que a leitura fluísse e o final da historia foi totalmente coerente e bem escrito.

 Para um primeiro thriller, acho que comecei bem.    

“Não importava o fato de que ele não era bom nisso. O que importava era sua vontade de ir até o fim.”


Por:Erika Duarte 

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