segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Vamos falar de: Vá, coloque um vigia

Vá, Coloque Um Vigia Título: Vá, coloque um vigia
Autora: Harper Lee
Editora: José Olympio
Quantidade de Páginas: 252
Publicação: 2015
Skoob

Sinopse:
Jean Louise Finch, mais conhecida como Scout, a heroína inesquecível de O sol é para todos, está de volta à sua pequena cidade natal, Maycomb, no Alabama, para visitar o pai, Atticus. Vinte anos se passaram. Estamos em meados dos anos 1950, no começo dos debates sobre segregação, e os Estados Unidos estão divididos em torno de questões raciais. Confrontada com a comunidade que a criou, mas da qual estava afastada desde sua mudança para Nova York, Jean Louise passa a ver sua família e amigos sob nova perspectiva e se espanta com inconsistências referentes à ética e a pensamentos nos âmbitos político, social e familiar



"Preciso de um vigia que me diga que um homem diz uma coisa, mas na verdade quer dizer outra. Que trace uma linha divisória e diga que de um lado esta uma justiça e do outro outra, e me faça entender a diferença."

  Há algum tempo atrás eu queria muito muito mesmo ler O Sol é Para Todos, mas, infelizmente estava esgotado aqui no país, e tive que esperar uma eternidade até finalmente ter uma edição antiga dele. Por ironia do destino na mesma época a Editora José Olympio lançou uma edição lindíssima do livro a para a alegria e desconfiança dos admiradores de obra, foi anunciado que também estaria sendo lançada a continuação Vá, coloque um vigia, após 65 anos da publicação de O Sol é Para Todos.
 Então depois de tanta espera eu li, me emocionei, me encantei e me apaixonei pela história de Harper Lee. Confesso que fiquei com muita dúvida se lia ou não a continuação, principalmente após ler algumas críticas negativas, mas era Scout e Atticus o livro não poderia ser tão ruim, tendo personagens tão incríveis certo ?!
 Infelizmente não foi isso que aconteceu. 

"Porque assim disse o Senhor: Vá, coloque um vigia, que anuncie o que vir."

  A história começa quando Jean Louise (Scout) agora com 26 anos, vai passar suas férias anuais em Maycomb.
 O livro é dividido em 7 partes e, na primeira parte é quando as maiores mudanças são apresentadas: Atticus agora com um sério problema de Artrite, que o impede de fazer coisas básicas do dia a dia, por esse motivo sua irmã Alexandra foi morar com ele e assumiu o lugar deixado por Calpúrnia, após a morte de Jem e Jean Louise mantém um relacionamento a distancia com Henry Clinton, um amigo de infância que agora é o braço direito de Atticus no escritório de advocacia.  
 Essa primeira parte foi a que eu achei mais válida, todas as mudanças me convencerão, até mesmo a mudança da Jean Louise para Nova York e a morte de Jem (desnecessária) foi aceitável depois de um tempo.
 "Não sabia o que era ódio até viver no meio de vocês e vê-los odiando diariamente."

  O meu problema com este livro realmente aconteceu quando Jean Louise começa e descobrir os problemas políticos e raciais que a cidade de Maycomb está enfrentando e como a cidade esta claramente dividida entre negros que buscam os seus direitos e brancos associados ao ku klux klan (KKK - famosa organização racista Norte Americana).
 E conforme a personagem foi descobrindo sobre esses problemas, sobre seus membros, ouvindo os discursos e argumentos de seus defensores, sua decepção foi crescendo a minha também. Foi terrível ver personagens admirados como o Atticus perder sua essência e a parte em que Calpúrnia conseguiu ser pior.
 E sinceramente a desculpa para as atitudes do Atticus no final não fizeram sentido nenhum.
"É sempre fácil olhar para o passado e ver como éramos ontem ou dez anos atrás. O difícil é ver o que somos hoje."
  Mas nem tudo foi perdido dessa leitura, amei ler um pouco sobre a infância de Scout, e teve capítulos muito bons, como o primeiro baile dela e quando ela achou que estava grávida.
  Penso neste livro como sendo um livro de contos, e não um romance de continuação. A linha do tempo não é organizada, e em alguns momentos pareciam vários recortes que foram colocados juntos neste livro de forma aleatória. Como contos funcionaram, como romance não.
  Esse livro foi escrito antes de O Sol é Para Todos, e eu só tenho que agradecer por não ter sido publicado antes, se eu tivesse parado para ler Vá, coloque um vigia antes, dificilmente teria lido o que é um dos melhores livros que já li na vida. 


Por: Erika Duarte 

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